quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Nasa e inteligência artificial da Google: descoberta

Vocês se recordam da reportagem postada no blog, ontem (13/12/2017), intitulada "Nasa fará anúncio conjunto com a Google", pois bem vamos ao anúncio cuja reportagem com algumas alterações foram retiradas do site Observador:



A NASA anunciou que a missão Kepler, o observatório espacial caçador de exoplanetas, descobriu um sistema planetário com oito planetas a orbitar uma estrela (Uauuuuu!!!). Fica a 2.545 anos-luz de nós e é o maior sistema solar alguma vez encontrado por uma agência espacial, igualando o número de planetas do nosso Sistema Solar. A descoberta foi conseguida graças à parceria com a Google que, através de um laboratório quântico, desenvolveu inteligência artificial utilizada no espaço pela primeira vez na História. A notícia foi lançada numa conferência de imprensa esta quinta-feira.

As novidades sobre exoplanetas têm-se somado nos últimos tempos, tal é o sucesso da missão, mas desta vez há algo mais curioso: não é a primeira vez que o “machine learning” criado em conjunto pelas duas companhias é usado para analisar dados recolhidos pela sonda Kepler, mas é a primeira vez que resulta na descoberta de um mundo distante. Nesta ocasião em particular, os computadores da Google analisaram os dados recolhidos pela Kepler desde 2009 e “aprendeu” a identificar planetas que existam para lá do Sistema Solar, na nossa região da Via Láctea. De acordo com a NASA, estes oito planetas orbitam uma estrela parecida ao Sol batizada de Kepler-90 e fica na constelação de Draco.

Quando K2 fez renascer a missão Kepler — depois de duas avarias muito graves — o laboratório onde a agência espacial norte-americana e a Google desenvolviam novos sistemas de inteligência artificial estava a celebrar um ano. O Laboratório de Inteligência Artificial Quântica tem dois dos computadores quânticos mais poderosos do mundo: embora só suporte 512 bits quânticos, uma unidade de informação, eles conseguem resolver em segundos aquilo que um computador normal demoraria centenas de anos a desvendar.

Esta descoberta em particular é da responsabilidade dos investigadores Christopher Shallue e Andrew Vanderburg: foram eles que treinaram um computador para aprender a identificar exoplanetas através da pequeníssima mudança de luminosidade emitida por uma estrela quando um planeta se atravessa à sua frente — o chamado método de trânsito. O computador foi criado para se comportar de forma semelhante ao do cérebro, isto é, utilizando uma espécie de rede neural com informações embutidas pela Kepler. Foi assim que a inteligência artificial encontrou um oitavo planeta no sistema Kepler-90, um corpo celeste que nunca tinha sido visto pelo telescópio espacial da NASA.

O oitavo planeta descoberto, Kepler-90i, é um corpo celeste rochoso, extremamente quente e 30% maior do que a Terra que orbita a estrela a cada 14,4 dias. É praticamente impossível que tenha vida na atualidade porque fica tão próximo da estrela que a temperatura à superfície deve rondar os 427 ºC, mais ou menos o mesmo que em Mercúrio. Ainda assim, Andrew Vanderburg, astrónomo da Universidade do Texas, que colabora com a agência espacial norte-americana, diz que este sistema “é uma mini-versão do nosso sistema solar. Tem planetas pequenos no interior e planetas grandes no exterior. Só que tudo está espremido para mais perto da estrela”.

Além deste sistema solar, a inteligência artificial também permitiu encontrar um sexto planeta no sistema solar Kepler-80: Kepler-80g tem o mesmo tamanho que a Terra, é o quarto do sistema e tem um planeta irmão com quem interage em ressonância orbital — estão atraídos pelos campos gravitacionais um do outro. É esta dança rítmica que faz deste sistema extremamente estável e parecido, nesse aspeto, ao sistema TRAPPIST-1.


Essas novidades foram dadas por Paul Hertz (diretor da divisão de astrofísica na sede da NASA em Washington), Christopher Shallue (engenheiro de software sénior na Google AI em Mountain View), Andrew Vanderburg (astrónomo da agência espacial norte-americana) e Jessie Dotson (cientista do projeto Kepler na NASA em Silicon Valley). Como é de costume, todos os oradores estão atentos ao Twitter e ao Reddit: se tiver dúvidas, pode colocá-las através dessa rede social utilizando a hashtag #askNASA.

Por essa, eu não esperava. Excelente notícia. Vamos aguardar novidades.

Canal do Youtube: Canal Myllas Freitas

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