Oficialmente conhecido como Viaduto Vila Rica, está
localizado no Km 592 da BR-040, a cerca de 60 km do centro de Belo Horizonte.
Ela foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek, no
ano de 1957, fazendo parte da BR-3, rodovia que ligava o Rio de Janeiro até
Belo Horizonte.
Sua estrutura é composta por uma curva acentuada, possuindo
262 metros de extensão por 8.5 de largura, sendo uma via de mão dupla. Ocorre
que a BR-040 possui duas faixas por sentido no trecho, sendo que ao entrar no
viaduto ela se estreita.
Obra de arte
O Viaduto Vila Rica, por ironia, foi construído com o status
de obra de arte mais bonita entre os elevados da América do Sul. O presidente
Juscelino Kubitschek, inclusive, escolheu o elevado para inaugurar a BR – 3,
hoje 040, acompanhando do então governador de Minas Gerais, Bias Fortes.
Eles e
a comitiva, às 14h30, debaixo de um sol forte, atravessaram o elevado em um
carro luxuoso.
Tragédia
Mais de 200 perderam a vida nesse viaduto e seu gradil já
foi alvo de muitas críticas dos motoristas que dele se utilizavam, pois sua
altura não era suficiente para evitar que veículos caíssem em um precipício de
cerca de 30 metros de altura. Além disso, era um viaduto erguido em curva,
estreito e sem divisão física entre as pistas contrárias.
O acidente mais grave no local se deu em agosto de 1969
quando um ônibus da viação Cometa não conseguiu atravessar o viaduto; nesse acidente,
30 pessoas morreram, sendo uma delas o músico Claudinê Albertini, que fazia
dupla com seu irmão Márcio.
Em setembro de 1967, no entanto, outro coletivo da Viação Cometa
também despencou desse viaduto, deixando um total de 14 vítimas, dentre elas
estava Zélia Marinho, apresentadora do programa infantil Roda Gigante, da
extinta TV Itacolomi.
Em 26 de novembro de 1994, um ônibus da empresa Aditur, que
levava operário de uma mineradora para Ouro Branco, foi atingido por um caminhão
que trafegava na pista contrária, matando 13 pessoas.
Várias mortes comoveram a todos. Num desses casos, os
bombeiros haviam sido acionados para socorrer feridos de um acidente e encontraram
um bilhete no bolso de uma mulher, dizendo o seguinte:
“Inês, se você soubesse o quanto te amo. Sofro quando tu me
desprezas. Ah! Inês, como te amo. Seu eterno Paulo Cesar Novais Costa”
A passageira Maria Inês Dionísio, possível destinatária do
recado, havia sido uma das vítimas desse acidente.
Em outro bilhete, não assinado, descobre-se que o patrão do
remetente salvou-lhe a vida ao impedir que o empregado viajasse do Rio de
Janeiro para Belo Horizonte, cujo recado dizia:
“Araci, para você o meu abraço bem apertado. O Luiz que está
indo hoje, eu queria ir com ele, mas não foi possível, porque o gerente da loja
não deixou que eu viajasse...”
Apesar de tantas tragédias, também há casos de
sobreviventes: Em 1981, uma caravan despencou do viaduto e, por milagre, os
sete ocupantes sobreviveram.
Sobrenatural
Há duas histórias do local relacionadas ao sobrenatural, certamente
as energias existentes no local derivadas do peso das inúmeras tragédias.
1. Mulher na estrada
Era madrugada dos anos 60. Um motorista, passando pela curva
do viaduto, avista uma mulher em desespero, fazendo sinal para ele parar. O
motorista parou o carro, a mulher, pálida, trêmula, em pânico, fala:
- “Moço, um carro despencou lá de cima e uma criança está lá
dentro, chorando. Ajuda pelo amor de Deus, salve o menino, por favor!!!”
O motorista saiu do carro, desceu a encosta e tinha um carro
sim, no barranco, mas não tinha criança, mas uma mulher. Ele se aproximou e ao
ver, tratava-se de mesma mulher que o tinha parado no viaduto para pedir
socorro.
Ele levou o maior susto e, ao olhar para trás, a mulher estava
lá a olhar para ele. Olhava o carro, a mulher morta, para o lado, a mesma
mulher olhando para ele...
2. Resquícios do acidente da Aviação Cometa
Dois anos após o acidente de 1969 da Aviação Cometa, no fim
de tarde, um homem estava voltando de uma pescaria e resolveu atravessar o
viaduto a pé para encurtar o caminho. Ele, então, resolveu dar uma olhada para
baixo, onde tem o riacho e a mata, só que ele teve uma surpresa desagradável...
Ele começou a ouvir das profundezas do precipício gritos de
pedido de ajuda, choros de criança e, mais ao fundo, o som de um velho motor
Mercedes-Benz, o mesmo do acidente de dois anos antes.
Desativação
Em 26 de outubro de 2010, foi inaugurado o viaduto Márcio
Rocha Martins, construído a dois quilômetros do antigo viaduto, no Km 592 da
BR-040, em Itabirito, a 50 Km de Belo Horizonte.
O novo viaduto possui 460 metros de extensão por 21 metros
de largura, com duas pistas em cada sentido, construído em linha reta.
A inauguração desse novo viaduto desativou o antigo Viaduto
Vila Rica após 54 anos de uso, levando consigo, pelo menos, 200 mortes.
Atualmente, o viaduto das almas é utilizado por socorristas
de todo o Brasil para treinamento em salvamento de altura.
Curiosidade
Toni Tornado venceu o 59º Festival da Canção, em 1970, com a
música BR-3, composição de Tibério Gaspar e Antonio Adolfo, que, muito embora
não se relacione diretamente ao Viaduto das Almas, mas a BR-3 em geral que ligava
a capital do Rio de Janeiro à capital de Belo Horizonte, serviu como um grito
das pessoas que morriam e se feriam no trajeto sinuoso do traçado da rodovia
que tinha em seu percurso o “Viaduto das Almas”.
Letra
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
E a gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um foguete
Rasgando o céu, cruzando o espaço
E um Jesus Cristo feito em aço
Crucificado outra vez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um sonho
Viagem multicolorida
Às vezes ponto de partida
E às vezes porto de um talvez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um crime
No longo asfalto dessa estrada
E uma notícia fabricada
Pro novo herói de cada mês
Na BR-3
Na BR-3 (Na BR-3)
E a gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um foguete
Rasgando o céu, cruzando o espaço
E um Jesus Cristo feito em aço
Crucificado outra vez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um sonho
Viagem multicolorida
Às vezes ponto de partida
E às vezes porto de um talvez
A gente corre (E a gente corre)
Na BR-3 (Na BR-3)
A gente morre (E a gente morre)
Na BR-3 (Na BR-3)
Há um crime
No longo asfalto dessa estrada
E uma notícia fabricada
Pro novo herói de cada mês
Na BR-3
Vídeo do Viaduto com drone:
Canal do Youtube: Canal Myllas Freitas
Não conhecia essa história, acho q a região sudeste é a mais assombrada do Brasil!
ResponderExcluir